Oi, tem alguém aí?
Eu sempre digo que vou manter uma certa regularidade nas postagens do blog e sempre me contradigo. Vou parar de fazer promessas que não cumpro, já passei dessa fase.
Então, agora eu tô escrevendo na Obvious, um site colaborativo muito legal que tá me dando uma visibilidade que eu nunca conseguiria ter com o Vago. Não tô querendo desmerecer o potencial do meu blogzinho, só tô sendo realista. A Obvious, só no Facebook, tem mais de 800 mil seguidores. Nunca conseguiria atingir um público tão grande através do blogspot.
Preciso falar pra mais gente. Tenho que dar um jeito de ganhar dinheiro com as coisas que eu escrevo, urgentemente. Sério, isso é imperativo. Percebi que não vou ter satisfação profissional de outra forma. Pra isso, claro, preciso me tornar um escritor minimamente conhecido. Meu sonho é poder viver só das bobagens que eu produzo e conseguir remexer cada vez mais pessoas com as palavras. Acho que isso é meio ambicioso, ainda mais num país como o Brasil, mas não vejo possibilidades práticas de ser feliz de outra forma, sinceramente. A única coisa possivelmente rentável que eu gosto de fazer é escrever. Eu sinto que eu sei fazer isso e que tenho coisas importantes pra falar. Mas, enfim.
Meu último post na Obvious foi esse aqui, ó: http://obviousmag.org/mapas_do_acaso/2015/o-que-eu-aprendi-com-a-loucura.html
Falo dos meus surtos psicóticos e de como eles me ajudaram a crescer. É meio que um "aperitivo" pra o meu livro (não, ainda não sei quando será publicado [quem me perguntou? Não sei]). Não sei se ainda tem gente acessando diretamente a página do Vago, mas, se tiver, é isso aí. De novo, se quiserem me adicionar no Facebook, fiquem à vontade: https://www.facebook.com/tiagojuliom
É isso. Espero que gostem.
Não vou abandonar o blog, de jeito nenhum, e, logo logo, posto algo inédito por aqui.
Até lá, até logo.
sexta-feira, 31 de julho de 2015
sexta-feira, 24 de julho de 2015
O Gerador de Improbabilidade Infinita
Começa com uma página em branco e
um cursor piscando. É mais ou menos assim. Quase sempre. Aos poucos,
adicionamos letras, sílabas e palavras pra preencher espaços depois de espaços.
Inventamos sons imaginários. Temos a necessidade básica de deturpar o silêncio
e nos impor sobre o vazio. O nada incomoda. Devemos preenchê-lo com nós. Eu me
viciei, particularmente, em fabricar máquinas verbais microscópicas capazes de viajar
com sinapses e intuir pensamentos. Eu
trafego pelos vãos da memória recente e substituo informação por sensação. Não
é um trabalho fácil e exige certa técnica. Alguns excessos ficam pra trás,
pedaços de mim que são reciclados e viram adubo orgânico. Não me importo de me
perder um pouco por uma causa nobre. A linguagem foi violentada por sentidos
óbvios. Está traumatizada. É preciso curá-la. É necessário dar forma à
incompreensão e divagar, principalmente, sobre coisa alguma.
O niilismo é subvalorizado e não
há critérios pra justificar tamanho descaso. O mundo está cheio de certezas vãs
que pré-fabricam pontos de vista e despersonalizam ideias originais. Só a
dúvida é redenção. Só através das improbabilidades alcançaremos percepções
relevantes. O medo cega. O medo é nocivo e deve ser expurgado. É o mesmo medo
que sentimos diante da página em branco. É o medo do que nós não sabemos: o
mais primitivo e perigoso já nos imposto pela natureza. Brincando com as
palavras, descobri que não saber não é necessariamente ruim. Abraçando o
mistério, adquirimos uma liberdade irreprimível que não cabe sob as amarras de verdades
incontestáveis. Este é o verdadeiro poder das palavras: confrontar crenças
inabaláveis e oferecer visões novas capazes de alterar a relação com a existência.
Só as palavras salvam. Repito como mantra pra não esquecer a responsabilidade e
a dádiva que carrego. Eu sou um fazedor de mundos.
“Só uso a palavra para compor meus silêncios.”
Manoel de Barros
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