quarta-feira, 31 de julho de 2013

Como eu escreveria se eu tivesse a pretensão de escrever como o David Foster Wallace pra homenageá-lo e desistisse no meio do caminho.

P: 

A: Olha, não adianta porra nenhuma eu tentar te explicar nada porque tu é limitada demais pra entender e eu soaria grosso e tu ficaria magoada e eu ficaria emputecido, então é melhor a gente se poupar, tu não acha? Não tô dizendo, já estás te sentindo ofendida.

P:

A: Tu quer mesmo que eu fale? Tu vai ficar triste e eu não vou me sentir culpado por isso porque eu tô te avisando com antecedência e não me sinto nem um pouco responsável pelo masoquismo de ninguém.

P: ...

A: Certo. Pra começar, eu realmente te acho uma pessoa extremamente limitada. Tua cabeça é minúscula e tua mente é fechada. Tu é mimada e não gosta de ser contrariada. Tuas ideias são superficiais e isso não seria problema se tu não fosses arrogante e achasse que elas são melhores que as ideias superficiais dos outros. Qualquer discussão contigo, mesmo que seja pela coisa mais banal do mundo, é um desperdício de tempo pra mim porque tu te comporta como uma criança birrenta. Tua imaturidade beira o ridículo. Nada do que sai da boca me interessa. Eu me entedio contigo e eu adoro teu hábito de não largar a merda do Iphone não importa onde tu estiveres porque aí eu não me sinto obrigado a interagir contigo. Eu só aguentei tanto tempo porque tu não te importa de manter relações superficiais fingindo que elas são alguma coisa além disso. Eu não sei se tu faz isso intencionalmente ou sem querer, mas pra mim, tanto faz, o que importa é que funciona. Bom, funcionava, né? Eu não aguento mais, tu é chata pra caralho. Ok, tô sendo maldoso, EU te acho chata pra caralho. Eu sei que tem um monte de gente que te acha muito-simpática-e-um-amor e eu te aconselho a procurar essas pessoas, sério mesmo. Essas pessoas que falam coisas tipo muito-simpática-e-um-amor porque provavelmente têm os mesmos interesses que tu e devem gostar das mesmas coisas que tu e que eu detesto, no caso. Sim, eu sei que pra ti eu pareço ser chato, do teu ponto de vista, eu diria que eu sou insuportável, mas se eu tivesse teu ponto de vista a situação nunca chegaria a esse ponto porque eu seria uma pessoa medíocre e ia empurrando com a barriga isso, como muita gente faz, porque é confortável e divertido e cômodo, mas foda-se, sabe? Cansei mesmo...

P: 

A: Porra, caralho, eu não disse que tu não ia gostar de ouvir!? Tu é maluca ou o quê? Tá vendo, já tô emputecido. Sabe, isso é outra coisa que eu não suporto em ti. Tu é previsível demais e me obriga a ser previsível e falar coisas previsíveis porque não faz sentido falar qualquer coisa nova contigo porque tu só te interessa pelo que tu conhece e tu conhece muito pouco!

P: 

A: Porque tu é gostosa, porra! Não é óbvio? Pelo amor de deus, sério que tu achou que eu tava contigo por qualquer outro motivo que não fosse a vontade de te comer? Não, sério mes-mo? Puta que o pariu, não te faz de sonsa. Eu só tô contigo porque teus peitos são maravilhosos e tu só tá comigo porque é conveniente se aproveitar do que o meu dinheiro te paga.

P: 

A: Vai te foder tu e tua hipocrisia, caralho. Se eu não tivesse grana tu nem olharia pra minha cara, então para com esse teu drama e essa tua ceninha que não tem nem plateia pra te apreciar aqui. Até quando não tem gente tu quer chamar atenção, porra, para de ser tão vaidosa! Tu nem tem porra nenhuma pra mostrar, além dos peitos.

P: 

A: Não tô te chamando de puta, tô te chamando de oportunista, é diferente. Não tem nada demais em ser oportunista, aliás, não tem nada demais em ser puta também, mas enfim, eu não sou otário. Olha, eu disse que seria inútil tentar te explicar qualquer coisa, eu não disse? Tu não tá entendo nada do que eu tô dizendo.

P: ...

A: Não vem querer fazer chantagem emocional comigo uma hora dessas. Eu nunca te enganei, sempre disse que só tava me divertindo, que era legal e tudo mais, mas que eu não podia largar a família por causa das crianças e essa merda toda. Tu sabe disso, eu nunca te iludi nem dei falsas esperanças, então para de agir como idiota que tu tá começando a me dar pena.

P: ...


A: Sei lá, porra, tu tem teu emprego também, te vira... Não, não faz isso... Tá bom, vai, vem aqui, benzinho. 

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