domingo, 31 de março de 2013

Argh.


       Tropeços em cacos de memória que fodem com a sola do meu pé. Faz três anos, provavelmente mais. Parece que foi ontem que os verbos de ligação conseguiam exprimir tudo. Eu, mesmo sem saber como ou o quê, dizia com a propriedade irresponsável dos que se permitem o drama. É fácil relativizar angustias juvenis com metáforas exageradas. É cômodo inventar sentimentos, teorizar sensações, intensificar bobagens. Sei que, no fundo, fui eu, sim, quem escreveu toda essa porcaria. Mas é difícil me enxergar no meio de frases de efeito estúpidas e histórias mal contadas. Tem tanto perdido dentro dessas lembranças toscas que me dá pena. Só de pensar que essas palavras minaram  gente relevante eu sinto náusea. Queria ter sido quem eu sou pra dizer coisas diferentes, mesmo sabendo que, irremediavelmente, eu cagaria tudo da mesma forma. Só me pergunto se nem pra adubo serviu atolar, voluntariamente, tanta merda no meu peito. 

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