sábado, 10 de março de 2012

Tá bom.

      Escrevi na dedicatória: “Pra ler quando a tristeza vier e meu abraço não te alcançar.”. Ela teve uma semana escrota. Mas aí eu passei corretivo, quase arranco a página. Quase arranco a página e a como. O livro, por si só, já era um claro sinal de que eu me importava mais do que eu deveria. Oferecer preocupação, abraços imaginários, tudo isso junto com a história mais extraordinária que já li, era me mostrar vulnerável demais. A verdade é que a gente tá sempre querendo viver mais, arriscar mais. Mas, depois de tanto tempo, essa falsa sensação de segurança nos tornou viciados na mesmice das coisas. A gente quer ganhar sem se predispor a perder.
      Ela riu muito quando leu o que eu escrevi. Disse que retribuiria o presente. Eu sei que ela não vai. Não porque ela não quer, mas porque vai esquecer. Tem vontades que são assim mesmo: de tanto a gente adiar satisfazê-las, acaba esquecendo que elas existem. E como eu não tô entre as prioridades... O tempo fode tudo. Não que eu ache que a vida seja urgente, que é necessário experimentar tudo de uma vez, claro que não, isso é putaria juvenil. Mas, sabe: "aproveite agora que você é jovem para sofrer o mais que puder, lhe dizia, que estas coisas não duram toda vida.”. Mas eu sou covarde, inseguro, estranho e meio doido. Eu escrevi: “Só porque nunca te dei nada =)”. E ela riu muito. Tá bom.

6 comentários:

Ellen Brito disse...

Seus textos são demais! Tanto que quase nunca comento porque fico sem palavras mesmo, rs. Adorei!

TIAGO JULIO MARTINS disse...

Ellen, não precisa comentar nada demais, não. Qualquer coisa pra dizer que gostou já vale. haha

'Brigado pelo comentário. :)

Anônimo disse...

Texto gostoso de ler, haha.
Tem mais? :B

TIAGO JULIO MARTINS disse...

Sábado que vem! :)

Bernard Freire disse...

Continuas impressionando nos teus textos tiago, parabéns.
Pensei como seria se acontecesse isso comigo. Teria que me conformar.

TIAGO JULIO MARTINS disse...

Valeu, Bernard! =)