domingo, 20 de fevereiro de 2011

Os vivos.

      À noite as coisas existem com mais intensidade. As pessoas dão utilidade às coisas e as usam como objetos que, ironicamente, se tornam mais úteis que as próprias pessoas. Durante o dia, o mundo existe resignado à sua condição de habitat. Mas, quando todos dormem, o silêncio vem acordar paredes, quadros, móveis e outros fantasmas. No escuro, podem-se ouvir alguns suspiros e uma alegria contida entranha o ar. Eles passam horas fofocando sobre como todos são uns ingênuos e alguns até contam boas piadas. Compreendem-se e se respeitam tanto que acabam leves e muito felizes. Tão estranhos que, convenientemente, se tornam imperceptíveis. A vida pulsa devagarzinho enquanto todos se esquecem dela. Eu rio sozinho.

 

A quem interessar possa, tem outro texto no outro clicando nesse link. ‘Brigado pela atenção. :)

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