sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Divagações óbvias sobre o óbvio.

Digo que não gosto do óbvio, mas não tenho nada contra, ele simplesmente não me empolga.
Saber como é, o que vai acontecer, como acontece e por que acontece é frustrante. Óbvio que não sei tudo, tudo é muito. Mas é como viver algo que já vivi, assistir um filme repetido.
Não consigo esperar ansiosamente os mesmos atores, interpretando as mesmas cenas, com os mesmos gestos, as mesmas falas, os mesmos dramas, as mesmas graças (que se perderam há tempos, porque são óbvias demais, e graças não podem ser óbvias), vivendo uma história que já conheço. Já revi o mesmo filme várias vezes em telas diferentes. Distraio-me, mas óbvio que não me empolgo.
Não me surpreendo facilmente, e isso é muito, muito ruim. Não sinto a magia de descobrir o novo, o inesperado, de experimentar a empolgação única que a surpresa trás, e extasiado, ver que eu estive completamente enganado e que não sei. E depois viver ansiosamente a espera, e pouco tempo depois ser surpreendido de novo, e de novo, porque depois que se é surpreendido uma vez óbvio que seremos de novo.
Raros os filmes que me surpreendem, que me empolgam, que me animam, que além de me distraírem me envolvem e me colocam na tela, e eu participo da história. Vou pra longe, deliro, me apaixono, e esqueço que existe o óbvio. E eu não canso de vê-los e revê-los, sei que será diferente. Sinto-me renovado, e a vida torna-se bem mais interessante, porque viver o que sei que vou viver não me empolga.
Como adoro aqueles filmes...

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